quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Quem é Doctor Who?


Talvez seja estranho falar de Doctor Who no nosso espaço. Mas atualmente, principalmente no Universo Geek, a cena pop brasileira está sendo tomada por uma das séries mais antigas no ar pela TV Britânica.
Quem é Doctor Who?  

A série ficou conhecida pela primeira vez no Brasil com a exibição do filme de 1996, chamado "Doctor Who - O Senhor do Tempo", mas consolidou-se com as exibição da série produzida no séc. XXI pela TV Cultura desde 2011, fruto da parceria com a Britânica BBC. 


O COMEÇO
Tudo ocorreu em 1963, com a premissa de um programa de cunho educativo sobre História e especulação científica, sob o comando do canadense Sydney Newman. Mesmo contrariando a orientação da chefia em não usar "monstros de olhos esbugalhados" em 31 de julho de 1963 foi apresentado ao mundo Doctor Who e o primeiro episódio trazia os Daleks, uma espécie alienígena que se tornou arqui-inimiga do Doutor (The Doctor).

Doctor Who  é um personagem cheio de mistérios, é um "Senhor do Tempo" do planeta Gallifrey, aparentemente um ser humano, com algumas coisas a mais, como ter dois corações e poder viajar no tempo com uma nave chamada T.A.R.D.I.S.(abreviação de "Time and Relative Dimensions in Space" em português "Tempo e Dimensões Relativa no Espaço"). Para disfarçar-se, o "circuito-camaleão" torna a TARDIS parecida com uma cabine de polícia azul dos anos 1960, mas por uma questão de tradição, o modelo é mantido até hoje devido a um "Defeito". A TARDIS tem vontade própria e por isso nem sempre o Doutor sabe onde está indo, mas sabe que há um propósito, já tendo se encontrado com Churchill, Agatha Christie, Shakespeare, Van Gogh, Hitler e até Marilyn Monroe.




Semelhante ao "Complexo de Superman", seu planeta foi destruído e apesar de sempre se referir como o último, há o encontro com outros sobreviventes, e não costuma ser bom. Ele já teve neta e filha, (sim, ele já se casou e foi "clonado") mas o outro sobrevivente, o Senhor do Tempo conhecido como Mestre, já deu o que falar, se tornando o seu arqui-inimigo.. 

Como seu primeiro ator, Willian Hartnell, não poderia mais continuar, os produtores criaram o conceito de "regeneração", o Doutor até pode morrer, mas tem como resistir a uma fatalidade se regenerando, mudando de corpo, como uma reencarnação. Assim também, muda de personalidade, mas sempre conservando os mesmos traços de ideal e excentricidade no jeito de ser (e nas roupas). Diferente de heróis de grande longevidade que se tornam frios, o Doutor é muito humano, carinhoso até demais para um herói britânico.

Houveram ao todo 12 Doutores, e ele alega ter no total mais de 900 anos. A série foi contínua até o Doutor 7 (Colin Baker) em 1989. Até este período, as poucas verbas dadas pela BBC, davam uma série de produção e efeitos especiais amadorescos, mas com boas histórias.   

Houve uma tentativa de prosseguir em 1996 com parcerias norte-americanas, (e um filme foi produzido), mas não foi bem sucedida, o próprio público britânico achou "americanizado demais"..




A NOVA SÉRIE 

Somente em março de 2005, com Russel T. Davies e a BBC do País de Gales, série prosseguiu com o Doutor 9 (Christoffer Eccleston) e um bom investimento nos efeitos especiais. Mesmo assim, os conservadores Britânicos trouxeram de volta até os velhos inimigos do Doutor com seus formatos que nos lembram influencia de Star Wars e Star Trek, como os clássicos Daleks, o Cybermen e o Mestre, com algumas inovações do Novo Milênio.  



O DoutorAtorDuração
Primeiro DoutorWilliam Hartnell1963–1966
Segundo DoutorPatrick Troughton1966–1969
Terceiro DoutorJon Pertwee1970–1974
Quarto DoutorTom Baker1974–1981
Quinto DoutorPeter Davison1981–1984
Sexto DoutorColin Baker1984-1986
Sétimo DoutorSylvester McCoy1987–1989, 1996
Oitavo DoutorPaul McGann1996, 2013
The War DoctorJohn Hurt2013
Nono DoutorChristopher Eccleston2005
Décimo DoutorDavid Tennant2005–2010
Décimo primeiro DoutorMatt Smith2010–2014
Décimo segundo DoutorPeter Capaldi2014 - ?

Na TV Cultura, 3 Doutores da nova série se tornaram ícones:
Christoffer Eccleston foi um Doutor apenas para a série 1 da versão moderna (ou Primeira Nova Temporada, se preferirem), era um tanto seco, mas seu ar sério e jaqueta preta davam um bom efeito quando usava seu humor irônico, e teve apenas uma acompanhante, a loura Rose Tyler, seus episódios pareciam uma continuação direta da série clássica, marcada pela expressão misteriosa "Bad-Wolf". 

David Tennant, considerado um dos favoritos pelo público, parecia seu extremo oposto, cheio de caras e bocas, (lembrado por alguns como um estilo Jim Carrey), um sobretudo com tênis, dividiu sua TARDIS, além de Rose, a insegura Martha Jones e a crítica Donna Noble, talvez o mais bem acompanhado, teve 4 séries e alguns dos episódios mais marcantes como a Biblioteca e os Anjos Lamentadores. Sua companheiras se tornaram em alguns momentos tão importantes quanto ele pro Universo, e por fim, passou por algumas aventuras sozinho.

Trocado por Matt Smith (curiosamente o nome falso mais comum que usa é John Smith, uma espécie de José da Silva, na Inglaterra), o 11º Doutor quase aparenta ser uma cópia do 10º, pela cor da roupa e comicidade, mas a gravata borboleta e um rosto que lembra  Robbie Rotten ("Lazy-Town") e seu humor e gestos bem mais engraçados e naturais. sua nova forma está diretamente ligada ao encontro com sua primeira acompanhante, Amy Pond e o namorado Rory Willians. Sim, este Doutor de alcoviteiro virou até parte da família, sua segunda companheira foi Clara Oswald. Suas aventuras giraram em torno de uma fenda na parede do quarto de Amy,  e seu diário do futuro entregue a misteriosa Drª River Song. Memorável é o episódio em que se passava por um terráqueo normal num jogo de futebol, carregava o paletó sobre o uniforme. 

Arte de fãs do Doutor : www.fanpop.com

Alguns companheiros ganharam seriados off-spin, como "Sarah Jane Smith Adventures" interpretado por Elisabeth Sladen, também exibido na TV Cultura, companheira do Doutor 3 e 4, e tendo aparições dos Doutores 10 e 11. 

As aventuras escritas por Steven Moffat, aumentaram a complexidade da série do Doutor 11, criando tantos paradoxos no tempo em que ele consegue driblar até mesmo a morte, e encontros consigo mesmo, pessoas que deixam de existir porque o tempo foi reescrito, o que dificulta a compreensão de todos os detalhes de alguns expectadores e em alguns casos, esconde algumas falhas no script.   O pior de tudo é que tudo é crível, desde que você tenha estudado bem as aulas de Física e Biologia, e possua uma nave-maquina do tempo. 
  

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Outra coisa que agrada muito o expectador de senso crítico é o humor britânico, que diferente do norte-americano, por mais escatológico que seja, não parece que é voltado apenas para o espírito adolescente. Alguns momentos você vai lembrar de "O Guia do Mochileiro das Galáxias" que falaremos em outra ocasião. E o elenco de figurantes, tirando os aliens, não há um padrão de beleza top-model dos personagens. Os próprios Doutores não são exatamente galãs (mas as companheiras se derretem pelos novos doutores) e as pessoas parecem "normais", variando bem cor e idade, e não capas de revista. 

E  finalmente, com tantos inimigos, que armas este herói tem? A mais famosa é a Chave de Fenda Sônica. Difícil dizer o que ela realmente faz: abre portas, liga e desliga máquinas, (mas não funciona com madeira e na primeira versão disfarçada de escova de dentes),mas diferente de outros heróis, ela não mata ninguém. Aliás, o Doutor é um herói do século XXI que nunca matou e não acredita em matar nenhuma forma de vida (esqueça os peixes, que ele adora comer com creme!). Num universo com as formas de vida mais estranhas, não é porque são estranhos, que são inimigos. Assim, foram criados os Oods (horrorosos, mas inofensivos) num certo episódio Doutor ficou admirado por uma mulher réptil ("mas como você é liinda!")   Num mundo em que todos preferem anti-heróis frios e sanguinários, talvez Doctor Who possa ser seu contrapeso, é um aventureiro, mas antes um cientista, um historiador, e uma pessoa que ama a vida, que cura o Universo, exatamente por ser Doutor. Por isso, não importando o seu nome, adoramos o Doutor.




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